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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Violência no trânsito custa R$ 28 bilhões por ano ao país

O número de mortes no trânsito no Brasil supera a marca de 30 mil, segundo estatísticas oficiais. As cinco principais causas da matança, apontadas por pesquisadores e órgãos públicos, são: álcool, cansaço, desrespeito à sinalização e imprudência, excesso de velocidade e impunidade e falta de fiscalização.
Início da Belém-Brasília, a BR-316, na última sexta-feira (8), final da tarde: este trecho de 20 quilômetros da região metropolitana de Belém é o que mais mata no país, segundo a Polícia Rodoviária Federal.
Nas quatro horas em que o trabalho dos policiais em Belém foi acompanhado, aconteceram dez acidentes. Um dos acidentes teve uma vítima fatal. Sob o lençol, Francisco da Silva, trabalhador a caminho de casa, depois do serviço.
No mínimo quatro pessoas por hora morrem nas estradas, ruas, avenidas do Brasil. São cem por dia. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) estima que foram 32.465 mortos em 2008. Já o Ministério da Saúde tem outro número: 37.585.
Mas a conta pode ser bem maior. O especialista fez o cálculo a partir dos casos de mortes em que foi pedido o DPVAT, o seguro obrigatório pago a vítimas de trânsito: “É o que eu chamo de genocídio sobre rodas. São 62 mil mortos, na nossa avaliação, por ano, em acidentes de trânsito no Brasil”, diz Sílvio Médici.

Álcool
De acordo com o especialista, o álcool é a principal causa de morte no trânsito do país. Há cinco anos. Orlando Silva tenta retomar a vida, com a coluna lesionada. “Fiquei três meses e 11 dias no hospital. A cirurgia que eu fiz custou R$ 47 mil.”
Tratar feridos é apenas parte do custo de R$ 28 bilhões por ano que o país tem por causa da violência no trânsito. E Orlando diz que o amigo que dirigia o carro na hora em que sofreu o acidente continua a beber e dirigir. A profissão dele: motorista de caminhão.
Um ano e meio depois de entrar em vigor, a Lei Seca produziu resultados fortes no Rio de Janeiro, onde a fiscalização é constante. Em 2009, o número de mortos e feridos no trânsito do Rio de Janeiro caiu quase 30%. Foram 3,7 mil vítimas a menos.

Cansaço
“É muito comum, em um feriado prolongado, por exemplo, a gente ver a pessoa que passou o dia inteiro trabalhando, chega em casa, junta a família, já está esgotada, bota toda a tralha dentro do carro e depois vai pegar horas de trânsito. As consequências vão aparecer. Fora aqueles que trabalham na estrada que vivem em regime de escravidão”.
Desrespeito
Em São Paulo, uma viagem com o piloto César Urnhani e com José Aurélio Ramalho, especialista do centro de experimentação e segurança viária, mostra os perigos nas estradas paulistas.
“Se você olhar aquele carro ali na frente, ele está vindo na contramão para querer atravessar aqui. Na verdade, ele teria que ter continuado nessa via, procurado um retorno pra poder entrar”, mostra o piloto César Urnhani.
“Dirigindo o carro com uma mão só, a mão direita está sobre o volante, ou seja, se ele precisar fazer um desvio de emergência,vai perder o carro de controle. A posição correta é com as duas mãos no volante."
"Quem provoca a morte, o acidente com morte, em regra, é a imprudência do motorista: 4% apenas das mortes que acontecem no país em rodovias federais aconteceram em estradas esburacadas. E 96% das mortes acontecem em pistas com trecho bom", diz Alexandre Castilho, da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Excesso de velocidade
Um teste com um radar móvel mostra como os motoristas são imprudentes quando acham que não estão sendo vigiados. Em uma avenida da Zona Oeste do Rio de Janeiro, os carros reduzem a velocidade, alguns até em cima da hora. Posicionamos o radar 500 metros adiante.
"Passado o risco de multa, o motorista acelera mais ainda, que é para compensar aquele período que perdeu, aquele espaço de tempo que ele diminui a velocidade, causando mais riscos de acidente na frente", diz Médici.
Em maio do ano passado, um deputado estadual foi o responsável pela morte de dois rapazes. Fernando Carli Filho dirigia embriagado, de madrugada, num bairro de Curitiba, avançou o sinal a 170 km/h e bateu no carro que conduzia os jovens.
 Carli Filho tinha perdido o direito de dirigir por causa de 30 infrações, 23 delas por excesso de velocidade. O deputado foi indiciado por duplo homicídio. O julgamento está marcado para o mês que vem. O deputado responde o processo em liberdade.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Basta de violência no trânsito!

Para tentar evitar a repetição da carnificina nas estradas e nas ruas que matou pelo menos 379 pessoas no Rio Grande do Sul no verão passado, o Grupo RBS lança campanha de conscientização com o objetivo de mudar o comportamento do público que mais morre no trânsito - os homens de 18 anos a 29 anos

Em uma nova bandeira institucional, o Grupo RBS lança hoje um apelo pela paz nas estradas. A campanha Violência no Trânsito - Isso Tem que Ter Fim busca atingir o público que mais mata e morre no trânsito no Brasil, os homens jovens.

O enfoque foi escolhido a partir de consultas a estatísticas e a especialistas. Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) apontam que 46% dos acidentes com vítimas no Brasil têm condutores com menos de 30 anos, a maioria homem. Para estudiosos como o presidente do Instituto de Segurança no Trânsito, David Duarte Lima, a associação entre velocidade e virilidade aparece entre as causas principais da chacina nas estradas. Recorrendo ao bom humor e dispensando imagens de acidentes, a campanha vai mostrar que homem de verdade é prudente ao volante.

- Não queríamos uma campanha como todas as outras, pois pretendemos mudar comportamentos. Buscamos, então, um enfoque para sensibilizar o jovem - explica a diretora de marketing corporativo do Grupo RBS, Lucia Bastos.

Os gaúchos e os catarinenses conhecerão a partir de hoje, nas emissoras de TV, nas rádios e nos sites e jornais da RBS, as peças elaboradas para a campanha. Na primeira etapa, que vai até 31 de dezembro, os comerciais vão comparar a necessidade de afirmação que leva os homens a provocarem colisões nas estradas ao comportamento de animais que se lançam uns contra os outros para impressionar as fêmeas. O objetivo é relacionar a irracionalidade animal com motoristas irresponsáveis.

Paralelamente à veiculação das peças publicitárias - que ocorrerá ao longo de todo o verão, período de movimento nas estradas - , haverá uma mobilização editorial da RBS. Os veículos do grupo vão abordar o tema em reportagens, comentários e artigos. Hoje, no lançamento da campanha, apresentadores e comentaristas de TV usarão uma camiseta alusiva. Nos jornais da RBS, os colunistas também aparecem nas fotos publicadas em seus espaços vestindo a camiseta branca com os dizeres "Violência no Trânsito - Isso Tem que Ter Fim".

Outra frente da mobilização serão as blitze promovidas em diversos pontos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina para a distribuição de adesivos para automóveis e de folhetos informativos. Como a campanha está voltada para o verão, muitas dessas ações ocorrerão na orla dos dois Estados. Também estão previstas atividades especiais para os milhares de jovens que vão comparecer às edições gaúcha e catarinense do Planeta Atlântida.

Como diminuir a violência no trânsito?

No Brasil, mais de 40 mil pessoas morrem por ano vítimas da violência no trânsito, metade delas em decorrência de acidentes causados por embriaguez. Para tentar diminuir esse número, o governo brasileiro tomou medidas mais severas: a partir de junho de 2008, é considerado crime conduzir veículos com qualquer teor de álcool no organismo. A infração será considerada gravíssima com suspensão da habilitação por um ano com multa. Em caso de acidentes com morte, o motorista embriagado será julgado por homicídio doloso (com intenção). Já na cidadezinha de Bohmte, na Alemanha, a metodologia para a redução de acidentes surpreende: foram abolidos completamente os semáforos e placas de trânsito, na esperança que os motoristas prestem mais atenção uns nos outros e menos nas regras previamente impostas. Como resultado, a cidade - que registrava cerca de sete acidentes graves ao mês - não registrou um único acidente, grave ou leve, desde a nova medida. Diante dos exemplos acima, o Jornal de Debates pergunta: como diminuir a violência no trânsito?
Violência é um comportamento que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objeto. Invade a autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado. O termo deriva do latim violentia (que por sua vez o amplo, é qualquer comportamento ou conjunto de deriva de vis, força, vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa ou ente.
Assim, a violência diferencia-se de força, palavras que costuma estar próximas na língua e pensamento cotidiano. Enquanto que força designa, em sua acepção filosófica, a energia ou "firmeza" de algo, a violência caracteriza-se pela ação corrupta, impaciente e baseada na ira, que não convence ou busca convencer o outro, simplesmente o agride.
Existe violência explícita quando há ruptura de normas ou moral sociais estabelecidas a esse respeito: não é um conceito absoluto, variando entresociedades. Por exemplo, rituais de iniciação podem ser encaradas como violentos pela sociedade ocidental, mas não pelas sociedades que o praticam.

Causas

tortura é uma das mais cruéis forma de violência, deixando seqüelas psico-emocionais, muitas vezes, irreversíveis em um indivíduo. Foi amplamente utilizada no período da inquisição paraarrancar confissões de supostos infiéis da igreja católica, e por ditaduras militares para conseguir extrair informações de inimigos políticos
Diversas causas externas ao indivíduo já foram propostas para explicar a violência física:
A proposta de que a cultura moderna instiga à violência em relação a culturas indígenas ou pré-históricas é baseada na filosofia do bom selvagem de Rousseau e da "tabula rasa" de Locke. Foi descartada pela evidência de que essas sociedades eram proporcionalmente mais violentas que a nossa (Bamforth, 1994; Chagnon, 1996; Daly & Wilson, 1988; Ember, 1978; Chiglieri, 1999; Gibons, 1998; Keeley, 1996; Kingdon, 1993; Knauft, 1987; Krech, 1999; Wrangham & Peterson, 1996), praticando atécanibalismo (Gibons,1997; Holden, 200).
  • Violência na mídia
Já foram realizados diversos estudos sobre a relação entre violência namídia e comportamento agressivo, mas até agora não há nenhuma evidência conclusiva dessa relação. A televisão e o cinema são apontados como irradiadores destes comportamentos, na medida em que poderiam influenciar um indivíduo ou grupo. (Fishhoff, 1999; Freedman, 1984; Freedman, 1996; Freedman, 2002; Renfrew, 1997).
Não há nenhuma correlação observável entre o acesso a armas de fogo e violência, apesar desse instrumento tornar a violência mais efetiva e fácil. Análises estatísticas sugerem que a correlação pode ser até inversa (Lott, 1998).
  • Discriminação e pobreza
Apesar de indícios de que esses fatores estejam mais relacionados a violência, não há uma correlação clara. Países com maior desnível sócio-econômico têm outros fatores culturais que também podem influenciar o nível de violência.
Retrato de Thomas Hobbes.
ciência hoje conclui que a violência é determinada pela complexa combinação entre fatores externos e características inatas do ser humano:
Os homens são mais violentos em praticamente todas as culturas; homens matam homens de 20 a 40 vezes que mulheres matam mulheres (Daly & Wilson, 1988), especialmente homens jovens entre 15 e 30 anos de idade (Daly & Wilson, 1988; Rogers, 1994; Wilson & Herrnstein, 1985).
Cerca de 7% dos homens jovens cometem 7% de delitos violentos repetidos (Wright, 1995). Avaliações psicológicas demonstram um perfil de personalidade distinto nesses indivíduos, que tendem a ser impulsivos, ter baixo nível de inteligência, ser hiperativos e com déficit de atenção (Holden,Science, 2000). Parte deles são considerados psicopatas (Hare, 1993; Lykken, 1995; Rice, 1997). Essas características emergem no início dainfância, persistem ao longo de toda a vida e são em grande medidahereditários, embora de modo algum o sejam completamente (Pinker, 2004).
Em todas as culturas, brincadeiras violentas surgem espontaneamente, especialmente entre meninos, logo depois que as crianças começam a andar, com comportamento agressivo ocorrendo em cerca de metade deles aos dois anos de idade (Holden, Science, 2000).
Essa predisposição inata é facilmente explicável pela necessidade da seleção dessa característica durante a evolução da nossa espécie. Somos todos descendentes de indivíduos que souberam caçar efetivamente, que venceram a competição sexual, que sobreviveram a guerras tribais e a todos os aspectos da violência.
A violência cessa com a segurança de si mesmo, e esta segurança vem quando se tem plena consciência do que se possui. O homem seguro de si mesmo não briga jamais, pois não necessita pôr-se à prova ante nada nem ninguém. Como para uma briga se necessitam no mínimo dois contendentes, é evidente que, se um deles não quer brigar, não haverá briga. Esta é uma das características que fazem um indivíduo útil para a comunidade à qual pertence.
Um dos pensadores contemporâneos sobre o tema,Steven Pinker.
A partir da predisposição humana inata à violência, considera-se que a violência é um artifício efetivo bem resumida por Hobbes:
  • "De modo que na natureza do homem encontramos três causas principais de contenda. Primeira, competição; segunda, difidência; terceira, glória. A primeira leva os homens a invadir pelo ganho; a segunda, pela insegurança; a terceira, pela reputação. Os primeiros usam da violência para assenhorar-se da pessoa, da esposa, dos filhos e do gado de outros homens; os segundos, para defendê-los; os terceiros, por bagatelas, como uma palavra, um sorriso, uma opinião diferente e qualquer outro sinal de menosprezo, seja direto em suas pessoas ou, por reflexo, em seus parentes, amigos, nação, profissão ou nome."
  • A segunda causa, também chamada de armadilha hobesiana, explica por que a presença de um indivíduo, tribo ou nação agressiva instiga seus pares à violência, seja pela defesa ou de modo preventivo, para inibir a possibilidade de agressão (Pinker, 2004; Daly & Wilson, 1988; Glover, 1999; Horowitz, 2001)
  • Segundo Pinker"A análise de Hobbes (&) mostra que a violência não é um impulso primitivo e irracional, tampouco uma "patologia" (&). Em vez disso, ela é o resultado quase inevitável da dinâmica dos organismos sociais racionais movidos pelo auto-interesse".
Tipos de Violência
Embora a forma mais evidente de violência seja a física, existem diversas formas de violência, caracterizadas particularmente pela variação de intensidade,instantaneidade e perenidade.

Violência física

Algumas formas de violência, especialmente a violência física, a agressão propriamente dita, causando danos materiais ou fisiológicos, caracterizam-se pela intensidade comparativamente alta, assim como pela instantaneidade - porém tendo pouca perenidade. Existem inúmeras variações da violência física (ou ainda, sub-variedades), como o estupro, o assassinato brigas de escola e o antigo (e desusado) duelo

Violência psicológica

Manifestação pública em favor dos prisioneiros confinados na base naval dos Estados Unidos na baia deGuantanamo em Cuba depois dos violentos ataques terroristas de 11 de setembro.
A violência psicológica consiste em um comportamento (não-físico) específico por parte do agressor, seja este agressor um indivíduo ou um grupo específico num dado momento ou situação.
Muitas vezes, o tratamento desumano tais como rejeição, depreciação, indiferença, discriminação, desrespeito, punições (exageradas), podem ser consideradas graves tipo de violência. Esta modalidade, muitas vezes não deixa (inicialmente) marcas visíveis no indivíduo, mas podem levar à graves estadospsicológicos e emocionais. Muitos destes estados podem se tornar irrecuperáveis em um indivíduo, de qualquer idade.
As crianças são mais expostas à violência psicológica, tendo em vista que dispõem de menos recursos que lhe garantam a proteção. O ambiente familiar e a escola tem sido os locais mais reportados. Pais e parentes próximos podem desencadear uma situação conflituosa que envolva a criança, por exemplo. Na escola, os colegas, professores ou mesmo a instituição escolar como um todo podem ser os causadores de situações de constrangimento.
Os adolescentes também são vítimas da mesma situação por motivos semelhante às crianças.
Mesmo indivíduos adultos podem sofrer as mesmas conseqüências danosas. Um exemplo claro disto são as situações de assédio moral.
Assédio moral é a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. São mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e antiéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização. Em geral, provocam ações humilhantes ao profissional ou o cumprimento de tarefas absurdas e impossíveis de realizar, para gerar a ridicularização pública no ambiente de trabalho e a humilhação do profissional. Pelo assédio moral, busca-se denegrir a imagem do profissional com humilhações e, muitas vezes, mentiras. Aquele que faz o assédio moral pode ter desejo de abuso de poder para se sentir mais forte do que realmente é, ou de humilhar a vítima com exigências absurdas. Alguns inclusive são sádicos e provocam outras violências além da moral. Por ser algo privado, nem sempre a vítima consegue na justiça provar o que sofreu, principalmente porque tem dificuldade de conseguir testemunhas, porque estas preferem se calar a colocar o emprego em risco. Em todo o caso, a situação começa a contar com estudos especializados e a própria Justiça passa no momento sob uma ampla revisão da matéria.

Violência política

Exemplo de violência política. Monumento em homenagem aos cidadãos mortos no muro de Berlim.
Um pouco diferenciada da violência social é a violência política; esta foi relacionada no passado a atentados e assassinatos, sendo praticamente exclusiva de escalões próximos aos governos. O terrorismo (que deve ser entendido como violência física e política, simultaneamente) contribuiu para "democratizar" a violência política. Assim, essa modalidade é instantânea, por vezes intensa e deve ser obrigatoriamente perene. Uma das formas mais conhecidas de violência política foi o chamado Terror, período revolucionário na França em que a sustentação de um regime se deveu à pura e simples eliminação de todos os suspeitos e a um estado de guerra total (em sua primeira aparição) e pânico de massas. O período nazi-fascista é exemplar em termos de violência de todas as formas, como será discutido em outra seção adiante.
Outra forma de violência política é a imposição de ideologias – de qualquer matizes, tanto de direita quanto de esquerda – a massas, embora haja uma crença geral de que a humanidade esteja mais consciente e menos refém desse tipo de ato político violento. A violência revolucionária pode ser considerada uma variação da política; envolve a ruptura (logicamente instantânea e intensa, e necessariamente perene) de uma situação social, como nos casos específicos daRevolução Russa de 1917 ou da Revolução Francesa de 1789.

Violência cultural

violência cultural é pouco conhecida e constitui na substituição de uma cultura por um conjunto de valores importados e forçados. O exemplo clássico é a europeização dos indígenas americanos, principalmente nas regiões onde instalaram-se missões católicas (América do SulMéxico). Mais recentemente muitas missões religiosas (essencialmente as cristãs) podem danificar a estrutura de tribos mais primitivas, provocando a longo prazo um esfacelamento de sua identidade cultural. É um tipo de violência intensa, perene e pouco instantânea.

Violência verbal

Há formas mais individualizadas de violência, como a violência verbal. Normalmente afetam indivíduos em situações especiais, e não raro acompanham-se de violência física.
É uma forma como um ser usa para agredir uma pessoa, com palavras, verbalmente. Usa por exemplo, xingamentos, e palavras que façam o outro ser se sentir inferior.

Violência contra a mulher

Pintura retratando uma forma de violência contra a mulher: o estupro.
Em todas as sociedades existe a violência contra a mulher. Dados Mundiais daOMS (Organização Mundial da Saúde), e nacionais (Brasil), indicam números impressionantes sobre este tipo de violência. A violência contra a mulher engloba várias formas de violência, inclusive psicológica, não só o estupro. O abuso sexual de meninas no lar ou fora dele, a violência por parte do marido, assédio e intimidações sexuais no local de trabalho ou instituições educacionais, aprostituição forçada, entre outros. No Brasil os assassinatos de mulheres, cometidos por seus companheiros ou mesmo parentes próximos tem também atingindo números impressionantes.[1] A violência contra a mulher é em geral, praticada pelo marido, namorado ou ex-companheiro.
Abuso infantil
Trata-se de uma forma cruel de violência pois a vítima é incapaz de se defender. Um exemplo é o abuso sexual de crianças.
A maioria dos casos de abuso sexual de crianças envolve parentes e amigos que se aproveitam principalmente da fragilidade da vítima para satisfazer seus desejos. Uma pessoa que abusa sexualmente de crianças pré-púberes não é necessariamente pedófila.

Violência Espontânea x Institucional

Há uma grande diferença entre: violência institucional e violência espontânea. A institucional, trabalhada e cuidadosamente adaptada à situação, é empregada por grupos sociais de maneira sancionada, ou pelo menos é tolerada sem grandes problemas; a outra causa é constituída de pequenos atos e provocações (testes), e às vezes causa vergonha e arrependimento quase que imediatamente após cessar. A violência institucional usa-se da propaganda (ou da comunicação social) para vender uma suposta "naturalidade", visando maior aceitação. Ela é típica de guerras, pois nenhuma guerra se sustenta sem a aceitação por parte do povo de uma agressão a outro grupo, agressão que é justificada de maneiras mais engenhosas quanto possível (racismo, "direito natural" a possessões no exterior, revanchismo, etc).

Violência política

Cabe dar importância especial à violência política, que é estudada há mais tempo e que constitui ponto fundamental de obras como Leviatã (de Thomas Hobbes) ouO Príncipe (de Maquiavel).
O pensamento grego clássico atribui a democracia a situação de maior estabilidade e menor propensão a violência. Heródoto, em seu terceiro livro da História, argumenta que a monarquia estimula o orgulho e a inveja, levando inevitavelmente à violência e a derrubada do governante.
De certa forma, entretanto, mesmo a democracia carrega a violência: acredita-se que a violência é inerente ao Estado, existe em sua gênese e na sua manutenção. O Estado supostamente exerce o monopólio do uso da força e da violência. No entanto, mais do que praticá-las, acredita-se que uma democracia deva limitar ao máximo a prática das violências; ter uma função reguladora. Assim, as leis servem antes como um limite para a situação presente do que uma previsão acurada sobre as possibilidades de conflito social – por isso precisam ser constantemente reformuladas. Paralelamente ao desenvolvimento das leis, o Estado é o único responsável pelas forças de repreensão social, a polícia e a justiça institucional.
Alguns regimes que se desviam desse ideal de democracia mesmo mantendo as bases populares, o que leva a questão: a violência emana das massas? Por vezes, as massas encontram-se descontroladas por uma série de razões.
A Revolução Francesa foi, talvez, o primeiro caso de descontrole de massas, no período de 1793-4 (a República Jacobina). Embora ainda não houvesse uma democracia em sentido estrito após os acontecimentos de 1789, pode-se considerar como uma violência em era democrática o Terror, tanto mais porque não se propunha exatamente expandir o direito de voto e representação, e simeliminar os inimigos da República e salvaguardar o regime a qualquer custo. O uso da violência revolucionária também esteve presente na Revolução Russa de 1917. O uso da violência, segundo os teóricos russos, seria uma estratégia davanguarda profissional, disciplinada, para iniciar o regime de liberdade.
As origens históricas da violência revolucionária remontam aos gregos, que diferenciavam claramente a mudança política violenta da não-violenta: era a distinção entre um tirano (ou seja, aquele que usurpa o poder de uma cidade pela violência) e o legislador, ou seja, aquele que recebe a confiança popular para implantar reformas sem a necessidade de violência.

O fascismo




Crianças de origem judaica em fila sendo deportadas pelos nazistas.
fascismo é um tema recente que gera muita discussão, é muito comum atribuir-se àqueles que ascenderam ao poder (HitlerMussoliniFrancoVargas) toda a responsabilidade histórica dos eventos que aconteceram em seus países. É importante lembrar que as massas não foram simplesmente manobradas nesses casos, tiveram seu papel, de modo que, sob certo ponto de vista, um conjunto enorme de indivíduos praticava a violência indiretamente, quando era permitida pelo Estado. O símbolo do fascismo italiano era o fascio romano, que ilustra bem a relação entre povo e poder: um feixe de varas unido fortemente num cabo que formava uma espécie de machado, símbolo da autoridade (o machado) apoiada sobre o povo (as varas).
A franca recuperação alemã no tempo de Hitler encorajou sua população a acreditar na culpabilidade dos judeus. Na chamada Noite dos cristais(Kristalnacht) – um episódio marcante de violência de massas – o impulso inicial foi dado pela atribuição de culpa a um judeu (por um atentado ao diplomata alemão Ernst vom Rath, em Paris), mas o resultado pode ter ido além das expectativas do governo; milhares de lojas e casas de judeus foram destruídas. (Veja também: pogroma)
Crê-se que um dos fatores que possibilitou a manutenção do estado nazista foi fundamentalmente a violência, pois assim que esta declinava (como na concessão feita pela Inglaterra e França após a invasão da Tchecoslováquia) o estado buscava novas agressões, novas aventuras. A própria Itália utilizou-se da violência na política externa ao invadir a Etiópia.
A aniquilação do judeu (bem como do cigano, do negro e de qualquer população "não-ariana") na Alemanha nazista não se limitava ao aspecto de violência física:Joseph Goebbels incentivava a queima pública de livros e trabalhos pretensamente judeus; cientistas foram expulso e humilhados, pintores foram mandados para campos de concentração. Em 1943 houve uma grande destruição de cerca de 500 obras de arte, na França, entre as quais figuravam trabalhos de Pablo PicassoMax Ernst e Paul Klee. Assim a violência cultural ressurgiu entre os nazistas com aspectos que muito lembravam, pela irracionalidade, a Idade Média.
O episódio nazista é interessante ainda pela solução dada a ele: não houve uma rejeição popular ao regime nazista, não houve uma reflexão interna capaz de considerar repugnante aquilo. Ao invés, houve uma incapacitação (do exterior) para a continuidade do regime – a aniquilação das forças do país. Deste modo a Alemanha não "exorcizou" o nazismo por si, embora o tenha feito (em grande parte) durante os anos seguintes à Segunda Guerra Mundial.